segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Mangueira e Viradouro fecham 1ª noite com empolgação


O primeiro dia de desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro, no sambódromo da Marquês de Sapucaí, começou pouco animado e foi crescendo à medida em que a noite foi chegando ao fim. Mangueira e Unidos do Viradouro, as duas últimas escolas da noite a se apresentar, fecharam o dia entrando para a lista de fortes favoritas na disputa pelo título deste ano. Portela também fez uma apresentação luxuosa e deve seguir de perto as duas agremiações.

A proposta da Viradouro era colocar a Marquês de Sapucaí de pernas para o alto. A escola vermelha e branca de Niterói, no Grande Rio, fechou o primeiro dia de desfile na avenida e com o enredo "É de Arrepiar", composto por Paulo César Portugal, Evaldo, Tamiro e Lima de Andrade, e cantou uma multiplicidade de cenas de arrepiar. Ao final do desfile, que foi emocionante e inovador, a escola protestou contra o veto a um carro alegórico que retratava o Holocausto.

Os mais de 3 mil componentes da Mangueira parecem ter ouvido a convocação da presidente da escola, Eli Gonçalves, a Chininha. A agremiação, que esteve nos últimos meses sob a mira da Polícia Civil, sob a acusação de envolvimento de diretores com o tráfico de drogas, fez desfile competente, que empolgou o público. Com um carnaval luxuoso, fantasias e alegorias bem acabadas, a Verde-e-Rosa chamou a atenção com o carro Dragões de Momo, cujos dragões soltavam fumaça e havia efeitos de bolhas de sabão. O carnavalesco Max Lopes surpreendeu, desfilando no carro Maracatu. O nome dele não estava entre os de destaques anunciados pela escola.

A Portela apresentou carros alegóricos bonitos, fantasias bem acabadas e muitas mulheres daquelas de levantar o sambódromo (a rainha da bateria, Adriana Bombom, no auge da forma, encabeçava a lista de beldades). Cavalos marinhos, recifes de coral, peixes, borboletas, golfinhos e pingüins apareceram em profusão. Os pontos altos foram o carro que trazia um gorila de dez metros de altura, representando a África e sua exuberância natural, e o que mostrava os efeitos dos abusos cometidos pelo homem: uma alegoria toda marrom, sem vida. Um buraco observado na metade final do desfile, provocado pelo atraso na entrada de um carro, pode prejudicar a escola.

Com o enredo sobre o Rio, o Salgueiro retratou a emoção que os portugueses sentiram ao chegar pela primeira vez à cidade. Este ano, a escola vermelha e branca apostou na irreverência e originalidade para contar as belezas cidade maravilhosa. Tanto que a comissão de frente trouxe portugueses que chegaram ao Brasil em uma banana boat e já enlouquecidos com o tempero da mulher brasileira. Com bastante luxo na avenida, escola apresentou um carro que representava o sol e contava com 500 metros de cabos com luz neon. Outra alegoria representou os Arcos da Lapa, símbolos da boemia carioca. A zona norte do Rio, região mais pobre da cidade, também esteve representada na última alegoria. Diretores da escola, vestidos com uniformes similares aos da Guarda Municipal, fizeram a festa e ajudaram a manter em cima a harmonia da escola.

As duas primeiras escolas do dia não empolgaram tanto. A Porto da Pedra aproveitou o centenário da Imigração Japonesa para fazer uma bonita, mas sem empolgação. Mais de mil descendentes de japoneses desfilaram na escola, fantasiados de samurais, ninjas, gatos da sorte e sushimen. Um dos mais belos carros era o que representava o bairro da Liberdade, reduto de japoneses em São Paulo. A São Clemente tentou, mas não empolgou as arquibancadas com enredo sobre os 200 anos da chegada da família real Portuguesa ao Brasil. A chuva forte que atingiu a cidade deu trégua no início do desfile.

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