segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

A águia tem duas caras


Cardozo está em alta e ontem voltou a ser determinante. Na terça-feira, o ponta-de-lança paraguaio colocou o Benfica nos 16 avos-de-final da Taça UEFA com um bis em Donetsk, frente ao Shakhtar, e garantiu a passagem à V eliminatória da Taça de Portugal, voltando a bisar e demonstrando que o dinheiro investido na sua contratação foi, de facto, bem empregue.

Benfica e Académica defrontaram-se para a Taça de Portugal apenas duas semanas depois de terem jogado para o Campeonato - com onzes substancialmente diferentes -, então em Coimbra. Tal como há quinze dias, as águias levaram a melhor e venceram por 3-1, depois de terem voltado a passar por alguns momentos de aflição. No entanto, se no primeiro jogo o Benfica esteve a perder e virou o marcador, ontem podia ter tido uma noite bem mais tranquila. De facto, a ganhar por 2-0 ao intervalo - um resultado que pecava por escasso tantas tinham sido as ocasiões para bater Pedro Roma - ninguém esperaria certamente uma tão brusca quebra de produção da equipa de Camacho no segundo tempo. É certo que a Briosa melhorou muito - Hélder Barbosa e N'Doye surgiram transfigurados após o intervalo -, que a lesão de Léo fez mossa e que Butt teve grandes responsabilidades no golo sofrido, mas isso não explica tudo.

Na realidade, o que saltou à vista na segunda metade de encontro foi a dificuldade dos encarnados em controlarem a posse de bola, acusando excessivamente a ausência de jogadores nucleares, como Rui Costa, Katsouranis e Rodríguez. De qualquer forma, o objectivo traçado pelo treinador das águias foi cumprido: a equipa seguiu em frente na Taça de Portugal e o técnico poupou alguns dos jogadores mais desgastados do plantel para os próximos compromissos.

Explicando melhor o que se passou em campo, podemos dizer que na primeira parte os visitados foram donos e senhores da bola e que a Académica praticamente "não existiu", ao ponto de poder dar-se por feliz pelos avançados encarnados não terem mostrado melhor pontaria. Os golos de Luisão e Cardozo surgiram com naturalidade a favor de uma equipa que teve até ao descanso uma terrível ala esquerda - com Léo e Di María endiabrados - e um meio-campo dominador. Algo que não se viu mais após o descanso...

O "frango" de Butt deu à Briosa o mote para acreditar na recuperação e a bola passou mesmo a circular mais no meio-campo encarnado. O empate esteve perto, designadamente num tiro ao poste de Hélder Barbosa (65'), mas no fim valeu a eficácia de Cardozo para resolver de vez a questão, já bem perto do fim do encontro.


Benfica 3 - Académica 1

Estádio da Luz
Relvado Bom estado
12 000 espectadores
Carlos Xistra [AF de Castelo Branco]
Luís Marcelino + Valter Oliveira
Marco Pina

Benfica
Treinador José António Camacho
24 Butt GR
22 Nélson LD
4 Luisão DC
3 Edcarlos DC
5 Léo LE a 48'
18 Binya MD
6 Petit MD
25 Nuno Assis AD
20 Di María AE a 76'
21 Nuno Gomes AV
7 Cardozo AV a 88'
-
12 Quim GR
2 Luís Filipe LD
23 David Luiz DC d 48'
10 Rui Costa MO
30 Adu MO d 76'
19 Bergessio AV
9 Mantorras AV d 88'

GOLOS

1-040'
Luisão

2-045'
Cardozo

3-186'
Cardozo

Amarelos
59' Edcarlos 70' Binya 79' Luís Filipe

Académica
Treinador Domingos Paciência
24 Pedro Roma GR
30 Pedro Costa LD
21 Litos DC
4 Kaká DC
18 Vítor Vinha LE
23 Pavlovic MD
8 Paulo Sérgio MD a INT
78 N'Doye MO a 69'
11 Lito AD
7 Hélder Barbosa AE
2 Joeano AV a 67'
-
1 Rui Nereu GR
15 Orlando LE
28 Nuno Piloto MD
17 Cris MO
10 Miguel Pedro AD d 69'
25 Ivanildo AE d INT
29 Gyano AV d 67'

GOLO

2-153'
N'Doye

Amarelos
34' Kaká 54' Litos 60' Pavlovic

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