quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

JP Morgan avalia Portugal Telecom abaixo do valor de mercado

A JP Morgan actualizou a sua avaliação para as acções da Portugal Telecom, atribuindo à operadora um preço-alvo de 8,80 euros, inferior à actual cotação da empresa no mercado. Este novo "target" representa um aumento face à anterior avaliação de 7,60 euros, excluindo a PT Multimedia. Incluindo a dona da TV Cabo, a casa norte-americana avaliava a PT em 9,40 euros.

Numa nota de "research" emitida hoje, o analista David Wright reviu em alta a sua avaliação para a PT dos 7,60 euros para os actuais 8,80 euros, um aumento de 15%. A JP Morgan tinha um preço-alvo de 9,40 euros, no entanto, esta avaliação incluía a PTM, empresa que já foi separada do Grupo.

Face a este novo "target", as acções da PT apresentam um potencial de queda de 5,27%, tendo em conta a cotação actual da operadora. Os títulos da empresa liderada por Henrique Granadeiro [Cot] seguiam em alta de 0,32%, a serem negociados nos 9,29 euros.

A casa de investimento, que reiterou a recomendação de "neutral", justifica a revisão do preço-alvo com "alterações efectuadas às nossas previsões, após a revisão das tendências do primeiro semestre e os primeiros nove meses". David Wright acrescenta que "depois disto, apresentamos novas previsões que incluem a consolidação da Telemig e a Telenorte na Vivo a partir de 1 de Janeiro".

"O grande ‘driver’ para a alteração da avaliação é a Vivo [a operadora móvel detida em partes iguais pela PT e a espanhola Telefónica], depois dos nossos significativos ajustes ao nível operacional e cambial", refere a JP Morgan.

"Forte remuneração, mas falta de crescimento"

Na nota de investimento da JP Morgan, intitulada de "forte remuneração, mas falta de crescimento", a casa norte-americana afirma que a "história de retorno aos accionistas é inegável, com o compromisso da PT a equacionar um ‘dividend yield’ de 5,1% no final de 2007 e 6,1% em 2008".

No entanto, o analista David Wright acrescenta que "prevemos um crescimento de zero no médio-prazo, excluindo a consolidação da Telemig e da Telenorte em 2008". "Os lucros das operações domésticas deverão afundar no próximo ano, com os cortes das taxas de terminação, a maior concorrência no fixo e o abrandamento do corte de custos na rede fixa".

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