O ex-dirgente do Benfica revelou hoje que os verdadeiros problemas do clube não vêm do exterior mas sim dos «inimigos» internos que «sem qualquer conhecimento ou experiência» mexem no futebol. Veiga não compreende como foi possível deixarem sair Miccoli e Simão se não tinham problemas financeiros.
«Quem é hoje o responsável pelo futebol do Benfica? Que eu saiba é o presidente e chegamos no mês de Dezembro e o Benfica está praticamente fora de todas as provas. Quem paga normalmente são os jogadores ou treinador, que são vítimas constantes. Quando os resultados não aparecem troca-se de técnico e continua-se a comentar os mesmos erros. Penso que o problema é muito mais profundo e não está nos jogadores ou nos treinadores mas sim nos dirigentes», afirmou José Veiga, em declarações à TVI.
O antigo director-geral do Benfica realça que os verdadeiros problemas do clube estão dentro dele: «os grande inimigos com quem temos de lutar constantemente estão dentro do clube e o plantel tem de estar protegido de todas essas pessoas, que gostam de interferir, de mexer no futebol sem qualquer conhecimento, sem qualquer base ou experiência no futebol.»
saídas de Simão e Miccoli
José Veiga também teceu duras críticas à actuação do administrador executivo da SAD, Domingos Soares, sobre as saídas das duas principais «estrelas» da equipa Simão e Miccoli: «Quando tem um administrador que vem para a praça pública dizer que têm 20 milhões para gastar não me diga que não existem três para gastar no Miccoli. Se existia tanto dinheiro não foi por falta de capacidade financeira. Se não têm problema de dinheiro não têm de vender o Simão e podiam manter o Miccoli.»
O ex-dirigente do Benfica defende igualmente que o clube «encarnado» não deve utilizar a questão do «Apito Dourado» como desculpa para o facto de não ganharem nos últimos anos: «acho que o Benfica não se pode desculpar constantemente com o Apito Dourado para disfarçar os maus resultados alcançados ao longo dos anos. Que eu saiba não foi o Apito Dourado que ganhou o último Benfica-FC Porto.»
O caso de Fernando Santos é gritante
O dirigente revelou ainda que Trapattoni esteve para ser demitido no ano que foi campeão do Benfica e que o caminho a seguir não passa pelo afastamento do técnico: «para se despedir um treinador tem que se ter razões válidas e muito sérias. Não é por perder um jogo ou dois jogos e isso nunca aconteceu com Trapattoni. É verdade que Trapattoni até foi a plenário só para o despedir. O Jesualdo Ferreira também passou pelo Benfica, foi despedido, não ganhou nada e neste momento está a ganhar no clube rival. Não estamos a falar da qualidade do treinador mas sim da estrutura. O caso de Fernando Santos é gritante porque uma direcção tem que analisar o trabalho de um treinador no final da época e não no início.»
José Veiga abordou igualmente a rivalidade com Pinto da Costa e realçou que o FC Porto não é um clube invencível: «ele como presidente do Porto de certeza que quer ganhar os jogos todos e onde estiver também quero ganhar os jogos todos e foi o que aconteceu no Benfica. Quis provar que era perfeitamente possível ganhar ao FC Porto.»
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