quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Cardozo não é só pé esquerdo

Contas saldadas entre o Benfica e o Shakhtar Donetsk, com os encarnados a vingarem-se da derrota sofrida em casa, a 3 de Outubro, e a garantirem o apuramento para aos dezasseis-avos da Taça UEFA, graças a uma entrada demolidadora em campo. Com efeito, a águia "convidou" o Shakhtar Donetsk a assumir o controlo das operações para depois lhe dar a provar do próprio veneno usado pelo conjunto ucraniano quando jogou (e ganhou) no Estádio da Luz: o contra-ataque.

Cardozo acabou mesmo por ser o intérprete perfeito da estratégia da águia, que, no frio da Ucrânia, soube ser cínica, colocando-se logo em vantagem aos 6', quando o camisola 7, depois de um erro primário da defesa da equipa da casa, surgiu isolado frente a Pyatov, contornou o guarda-redes e usou o pé esquerdo (o "tal" que custou nove milhões de euros) para abrir o marcador.

Ainda sem nada ter feito para conquistar a vantagem na luta por um lugar na Taça UEFA, o Benfica passou para a liderança, cimentada poucos minutos depois (mais concretamente aos 22'), da autoria do inevitável Cardozo.

A jogada de ataque começa nos pés de Nélson, mas tem nos sul-americanos o seu expoente máximo, com Maxi Pereira, no lado direito, cruza para a área, onde o ponta-de-lança cabeceia de forma imparável - afinal, não é só o pé esquerdo de Cardozo que vale dinheiro.

David Luiz, de forma infantil, recoloca o Shakhtar no jogo ao cometer penálti sobre Lucarelli (que o próprio converteu), à passagem da meia-hora. O Benfica recolheu-se na área, tremeu, abriu espaços e nunca mais conseguiu (por culpa de Di María, que não "entrou" em jogo) criar perigo, limitando-se a correr atrás da bola.

Uma estratégia que causou calafrios, pouco (ou nada) teve de espectacular, mas que acabou por servir às mil maravilhas. O Benfica conseguiu cumprir a sua missão na Ucrânia e garantiu o apuramento para a Taça UEFA.

Sem comentários: